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Portugal, Portugal!

A Cáritas, prestigiada organização social da Igreja Católica, realizou um estudo sobre a situação económica em Portugal e chegou a conclusões inquietantes.

Portugal, Portugal!

Artur Ribeiro é comerciante e foi Vereador da CDU na Câmara Municipal de Matosinhos.

O estudo revela, dados referentes a 2024, que 500 mil pessoas vivem em severa pobreza, 266 mil têm uma alimentação inadequada, 649 mil têm falta de meios para aquisição de vestuário, mais de 1 milhão carecem de reservas, mínimas que sejam, para responder a necessidades urgentes. E há ainda 1 milhão e 600 mil portugueses privados de aquecimento.

Consequência deste quadro, a Comunicação Social revela-nos situações dantescas. Um especulador imobiliário no Seixal e outro em Massamá, e há seguramente muitos mais, arrendam quartos com indignas condições de habitabilidade, a famílias de portugueses e também de imigrantes, que trabalham, pagam impostos e têm dificuldade em pagar rendas que chegam a atingir 500 ou 600 euros por cada quarto.

Na situação actual, com mais de 3 milhões e 200 mil trabalhadores a ganhar menos de mil euros mensais, com 2 milhões e 200 mil pensionistas a receber menos de 632 euros por mês, que condições de vida podemos almejar, que Portugal é este?

Voltamos ao tempo das barracas, dos bairros de lata. O número dos sem abrigo cresce desmesuradamente nas grandes cidades. A taxa de pobreza entre os trabalhadores é de quase 10% e, nas crianças, chega aos 18%

Na Saúde, há 1 milhão e 500 mil utentes sem médico de família, urgências fechadas, gente que morre por falta de apoio do INEM, desnorte da tutela.

Com governantes capazes, com gente empenhada em resolver os problemas dos portugueses, seria possível dar a volta à situação, implementar medidas a reverterem o atual quadro, a contribuírem para se poder viver num país mais justo, mais feliz.

Vamos entrar em período de campanha eleitoral, olhos postos na formação de um novo governo. É uma oportunidade que se abre para podermos escolher gente empenhada em resolver os problemas do país, mais uma chance para melhorarmos as nossas condições de vida.

A maioria dos candidatos, não é preciso ser bruxo para adivinhar, vai gastar o tempo de campanha a discutir mexericos, banalidades, a destratar os problemas do País, das populações, dos trabalhadores, evitando abordar o que verdadeiramente interessa a Portugal.

Mas é minha profunda convicção de que há também candidatos de forças democráticas que, como sempre fizeram, como sempre farão, vão centrar-se nos nossos problemas e na urgente necessidade de lhes dar resposta. Vão fazer valer os nossos direitos. Vão lutar por melhores salários, melhores pensões, mais habitação pública, mais e melhor Saúde, Justiça, Educação. Vão lutar por um Portugal melhor. Vão intervir e reclamar uma "Política Nova" como diz o Papa Francisco na Encíclica Laudato Si'.

Estejamos atentos.

28/03/2025

A equipa assume a gestão editorial de Terra da Fraternidade, mas os textos de reflexão vinculam apenas quem os assina.

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