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Declaração inter-religiosa pela proibição das armas nucleares e pela paz global

18 de dezembro de 2023

Foi divulgada há poucos dias uma importante declaração conjunta de várias organizações religiosas dirigida à segunda reunião dos Estados que integram o Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares.

Declaração inter-religiosa pela proibição das armas nucleares e pela paz global

O documento começa por ser categórico na oposição às armas nucleares: “Reunimo-nos como pessoas de fé – líderes religiosos, praticantes, crentes de muitas tradições diferentes – para afirmar a uma só voz a nossa oposição às armas nucleares e a nossa crença absoluta de que um mundo sem armas nucleares não só é possível, mas que um futuro livre de armas nuclear já está a ser criado.

Estamos muito satisfeitos com a existência do Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares (TPAN) e aproveitamos esta ocasião da Segunda Reunião dos Estados Partes para celebrar como o TPAN e os seus apoiantes em todo o mundo encontraram a coragem, a determinação e a imaginação para trabalhar por um mundo de justiça e igualdade.”

Esta união de organizações muito diversas, que inclui a Campanha Cristã pelo Desarmamento Nuclear, o Conselho Mundial de Igrejas, a Irmandade Pacifista Anglicana, o Conselho Geral para a Igreja e Sociedade da Igreja Metodista Unida, a Igreja Presbiteriana no Canadá, vários organismos dominicanos e franciscanos e de advocacia católica pela justiça e paz como a Pax Christi, a Rede Inter-Religiosa Shepparton, a Comunidade Mundial de Yoga, a Soka Gakkai Internacional (budista), a Sociedade Islâmica do Oeste de Massachusetts, entre outras, afirma: “As nossas tradições religiosas são vastas e representam muitos milhões de pessoas, cada uma tentando levar uma vida com significado e bondade num mundo que nunca se sentiu tão ameaçado pela catástrofe. A nossa fé de que a humanidade foi feita para a paz, o bem-estar, a alegria e o amor permanece inabalável, mesmo quando vemos com clareza a devastação do planeta e dos nossos semelhantes, que estão globalmente ameaçados pela dupla violência da catástrofe climática e do militarismo desenfreado. As armas nucleares representam a pior de ambas as ameaças – um mal desencadeado sobre este amado planeta com o poder de destruir tudo o que nos é mais caro – a nossa água, o nosso ar, a nossa terra e uns aos outros.”

A declaração foi lida na ONU pela Soka Gakkai Internacional, por acordo entre todas as entidades que a endossaram, a 29 de Novembro. Estas comunidades não deixam de olhar criticamente para as suas tradições, declarando: “Comprometemo-nos, como pessoas de fé, a trabalhar para abordar as raízes da violência nas nossas próprias tradições religiosas que justificaram a violência nuclear ou que optaram por ignorar a ganância e a agressão que sustentam a ideologia nuclear. Podemos e iremos tecer juntos um aprofundamento da contemplação interior e da avaliação que nos fortalece para enfrentar e sobreviver às ameaças à nossa segurança colectiva. Sabemos que não há verdadeira segurança, proteção e paz para nenhum de nós até que haja segurança, proteção e paz para todos nós.”

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