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Católicos Europeus Apelam à Paz e Opõem-se ao Populismo e à Extrema-Direita

1 de março de 2024

Por iniciativa da COMECE, Comissão que representa os Bispos da União Europeia, reuniram-se no Dia 26 de Fevereiro, em Bruxelas, pouco mais de 20 delegados de diferentes organizações sociais católicas a trabalhar na Europa, entre elas a Caritas Europa, a Comunidade Santo Egídio, o Movimento dos Foculares, o Serviço Jesuíta para os Refugiados, a Don Bosco Internacional, a Pax Christi, a FAFCE – Federação Europeia de Associações de Famílias Católicas, a Chapel of Europe – espaço ecuménico, a Ajuda à Igreja que Sofre, o JESC – Centro Europeu Jesuíta dos Assuntos Sociais, entre outras.

Católicos Europeus Apelam à Paz e Opõem-se ao Populismo e à Extrema-Direita

Entre as organizações presentes esteve também o Movimento de Trabalhadores Cristãos da Europa (MTCE).

Num dia marcado por uma impressionante mobilização de agricultores que deslocaram cerca de um milhar de tratores para a cidade de Bruxelas, manifestando o seu descontentamento com as políticas europeias de agricultura, foi possível a estas organizações partilhar com a COMECE, representada pelo seu secretário geral: Fr Manuel Barrios e pelo bispo irlandês Noel Treanor, núncio apostólico para a União Europeia, as suas preocupações e prioridades no ano de 2024.

Entre as preocupações destaca-se a existência de duas guerras junto às fronteiras da Europa que têm contribuído para o aumento da pobreza em todos os países da Europa e também para o aumento das disparidades entre ricos e pobres. Esta situação contribuiu para o sentimento de insegurança e de insatisfação de muitos cidadãos europeus, que não encontraram nas políticas europeias uma resposta para as suas aspirações e em certos casos associam as dificuldades sentidas nos seus países com a chegada de muitos milhares de refugiados que fogem da fome e da Guerra, buscando no espaço da União Europeia um futuro melhor. Assiste-se, um pouco por toda a Europa, ao descrédito de muitas instituições europeias, ao desinteresse pelo direito ao voto e à falta de confiança nos políticos que nos representam. Cresce o populismo e a extrema-direita em todos os países da Europa, pois os descontentes parecem encontrar eco das suas preocupações nestes partidos e nas suas propostas. Face a esta situação apela-se a todos os homens de boa vontade que não deixem de exercer o seu direito ao voto. Reforçou-se também a importância da participação política dos cristãos comprometidos, unidos no combate à pobreza e em defesa dos mais vulneráveis.

As eleições europeias que se aproximam, no caso português, três meses após as eleições legislativas nacionais de 10 março são uma oportunidade para todos os cidadãos de decidir o seu destino e decidir também que tipo de Europa e de país querem para o futuro. O voto livre na Europa e em Portugal é um direito conquistado com muito esforço por várias gerações e deve exprimir o compromisso de cada um com o bem comum e com a dignidade de todo o ser humano. A abstenção ou o voto de protesto em quem defende políticas assentes em discriminação e divisão em nada contribui para uma sociedade e um futuro melhor. Todos na Europa e em Portugal somos responsáveis por expressar com o nosso voto os nossos valores. Que todas as eleições europeias e nacionais abram caminho a uma sociedade plural, de paz e justiça social. Apelou-se por isso que todas as organizações presentes deem o seu contributo no apelo ao voto consciente em todas as eleições nacionais e europeias.

Em representação do MTCE, participou a co-presidente - Olinda Marques, membro da LOC/MTC da diocese de Coimbra.

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