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En Belen…

tocan a fuego… Assim começa um tema natalícia do Villancico Popular de Burgos. Diz a canção que saíam chamas das portas da cidade e este fogo anunciava a vinda do Menino-Deus entre os homens. Hoje, desgraçadamente, o fogo por aquelas paragens distantes anuncia não o nascimento esperançoso mas a morte trágica de tantos, nomeadamente crianças.

En Belen…

Silvina Queiroz é eleita da CDU na Assembleia Municipal da Figueira da Foz e membro da Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal.

Crianças não só até aos dois anos de idade como decretou o famigerado Herodes, o Grande, mas de todas as idades. As crianças são a promessa de futuro e sem elas não pode acontecer porvir. Este genocídio horrível, perpetrado contra o povo palestino, é o assassinato do futuro desse povo, à margem de qualquer respeito pelo Direito Internacional. Bem podem alguns, dissimulados e hipócritas, invocar esse mesmo Direito, reclamando que Israel tem legitimidade de se defender! Mas quando se lançam mísseis e bombas sobre agregados populacionais ou sobre campos de refugiados (que vergonha!), de quem se estarão defendendo? De pessoas desarmadas, velhos, mulheres, jovens, crianças, cuja única “culpa” é serem palestinos?! É inadmissível o que está a acontecer ali, a constante e trágica perda de preciosas vidas humanas, satisfazendo instintos sanguinários, revanchistas, inumanos.

Em Belém não houve presépio neste Natal. A igreja luterana aludiu à revoltante realidade da guerra amontoando alguns pedaços partidos de argamassa, chamando-lhe “presépio” porque outro não teve o povo da Palestina e da Cisjordânia que não esse: casas e estruturas em escombros, sepultando sob si tantas vidas inocentes. O estado de Israel dá-se ao luxo de não respeitar uma só determinação das Nações Unidas em relação à Palestina. A “comunidade internacional”, (entre comas, sim), ou seja, o ocidente manietado e submisso aos interesses dos poderosos, faz de cego, surdo e mudo. Finge não ver, não perceber a extensão da tragédia e a absoluta necessidade de a denunciar, apontando os culpados e tomando medidas contra esta insustentável situação de ataque aos direitos da pessoa humana. Tão lestos que são quando lhes convém, tão indiferentes quando lhes apraz. Não entendem também, ou pretendem não entender, como o seu silêncio é cúmplice e corresponsável.

O Ano está no seu início e ainda se está muito a tempo de formular auspiciosos votos. Peço a Deus Paz para todas as regiões onde se desenvolvem conflitos sangrentos e um cessar-fogo imediato na Palestina. O povo anseia pela Paz e espera que ali se construa uma Terra de Fraternidade, liberdade e respeito.

16/01/2024

A equipa assume a gestão editorial de Terra da Fraternidade, mas os textos de reflexão vinculam apenas quem os assina.

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