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“Sem justiça não há paz”

Os recentes protestos ocorridos após a morte de um cidadão, no concelho da Amadora, por um agente policial, para lá do necessário e cabal esclarecimento e apuramento de responsabilidades, evidenciaram profundos problemas e descontentamentos acumulados em territórios periféricos, como são tratados estes bairros.

“Sem justiça não há paz”

Alexandre Valério é licenciado em Geografia e foi dirigente de uma IPSS.

Não é possível ignorar que neles vivem muitos daqueles que diariamente fazem funcionar o País. E isso não é comparável ás expressões de violência, aproveitamento e instigação provocatória entretanto ocorridas e de todo condenáveis.

Clamar por Justiça para haver Paz é, essencial, mas não limitado à dimensão judicial. Muitas outras dimensões devem ser incorporadas. Estamos perante um quadro social nestes bairros, mas não só, onde as discriminações e o acumular de tensões face à falta de perspetivas e de futuro, potenciam verdaeiras explosões sociais, qual “vulcão emergente”, exigindo justiça, paz e desenvolvimento, que devem incluir salários dignos, acesso a habitação em condições, direito a estudar, no fundo o Direito a um Mundo Melhor.

Aquando do Dia Internacional da Pobreza, a ONU e outras entidades, denunciaram um Mundo de profundas desigualdades sociais, revelando que cerca de 1,1 mil milhões de pessoas vivem na pobreza, sendo 455 milhões em países em guerra ou com uma paz frágil. E por isso muitos procuram outros Mundos buscando um Futuro melhor. Em Portugal verifica-se um quadro de agravamento social, com cerca de 2,1 milhões de pessoas em situação de pobreza e evidenciando que 1 em cada 10 trabalhadores é pobre, devido aos baixos salários auferidos , muitos deles são oriundos destes, ditos, territórios periféricos, para onde foram sendo empurrados.

Exigir Justiça e Paz, é também reclamar Justiça Social e o Desenvolvimento para Todos, sem exclusões, para assim ter Direito a uma Vida Digna.

8/11/2024

A equipa assume a gestão editorial de Terra da Fraternidade, mas os textos de reflexão vinculam apenas quem os assina.

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