Citações
"Paz para a Ucrânia, aquela cruel guerra que já dura há tanto tempo. Paz para a terra de Jesus, a Palestina, onde mais de 35 mil pessoas já perderam a vida, e a maioria, escândalo dos escândalos, crianças e mães que não sabem o que fazer para ajudar e manterem em vida os seus filhos. O pior de tudo na Faixa de Gaza, que não se pode admitir, é proibir que chegue ajuda alimentar necessária para mais de um milhão de pessoas que estão a morrer de fome."
D. José Ornelas, Bispo de Leiria-Fátima e Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, 13 de Maio, Fátima.
Foto: Rádio Renascença
"Uma política que semeia divisão, inimizade ou um ceticismo desolador, uma política que é incapaz de um projeto comum, inclusivo, é uma política condenada ao fracasso."
D. José Tolentino Mendonça, na primeira sessão do curso “Filosofia, Literatura e Espiritualidade”, promovido pela Capela do Rato, do Patriarcado de Lisboa, onde comentou a encíclica do Papa Francisco ‘Fratelli Tutti’.
Foto: Franco Origlia/Getty Imagens
Foto: Fábio Rodrigues- Pozzebom
"Precisamos vencer a fome, a miséria e a exclusão social. Nossa guerra não é para matar ninguém - é para salvar vidas."
Lula da Silva, na cerimónia de lançamento oficial do programa Fome Zero.
Foto: JMJ Lisboa 2023.
"Sonho uma Europa, coração do Ocidente, que use o seu engenho para apagar focos de guerra e acender luzes de esperança; uma Europa que saiba reencontrar o seu ânimo jovem, sonhando a grandeza do conjunto e indo além das necessidades imediatas; uma Europa que inclua povos e pessoas com a sua própria cultura, sem correr atrás de teorias e colonizações ideológicas".
Papa Francisco, discurso no encontro com as Autoridades, com a Sociedade Civil e com o Corpo Diplomático, no Centro Cultural de Belém.
Foto: Rádio Renascença.
"Que rota estás a seguir, Ocidente? A tua tecnologia, que marcou o progresso e globalizou o mundo, sozinha não basta; e muito menos bastam as armas mais sofisticadas, que não representam investimentos para o futuro, mas empobrecimento do verdadeiro capital humano que é a educação, a saúde, o estado social".
Papa Francisco, discurso no encontro com as Autoridades, com a Sociedade Civil e com o Corpo Diplomático, no Centro Cultural de Belém.
"A minha consciência e o meu dever moral exigem-me que afirme claramente que o que aconteceu no dia 7 de Outubro no sul de Israel não é de forma alguma permissível e não podemos deixar de condená-lo. Não há razão para tal atrocidade. Sim, temos o dever de afirmar isto e denunciá-lo. O uso da violência não é compatível com o Evangelho e não conduz à paz. A vida de cada pessoa humana tem igual dignidade diante de Deus, que nos criou a todos à sua imagem.
A mesma consciência, porém, com um grande peso no coração, leva-me a afirmar hoje com igual clareza que este novo ciclo de violência trouxe a Gaza mais de cinco mil mortes, incluindo muitas mulheres e crianças, dezenas de milhares de feridos, bairros arrasados, falta de medicamentos, falta de água e de necessidades básicas para mais de dois milhões de pessoas. São tragédias que não podem ser compreendidas e que temos o dever de denunciar e condenar sem reservas. O pesado bombardeamento contínuo que tem atingido Gaza durante dias só causará mais mortes e destruição e só aumentará o ódio e o ressentimento. Não resolverá nenhum problema, mas sim criará novos. É hora de parar esta guerra, esta violência sem sentido.
Só pondo fim a décadas de ocupação e às suas trágicas consequências, bem como dando uma perspectiva nacional clara e segura ao povo palestiniano, é que um processo de paz sério poderá começar."
Cardeal Pierbattista Pizzaballa - Patriarca Latino de Jerusalém, Letter to the entire diocese .
“Jesus não perde tempo a tentar actualizar o papel feminino, dando nova dignidade a uma antiga função. Pelo contrário, ele cria uma alternativa. A liberdade de uma mulher em Cristo, portanto, inclui, no essencial, a sua liberdade do sistema de dominação que diminui a sua personalidade ao aprisionar a sua condição feminina. O ponto de vista feminista cristão leva automaticamente a uma crítica das tradições histórico-culturais que deram às mulheres uma imagem distorcida dos seus corpos, das suas habilidades, dos seus papéis, das suas responsabilidades, da sua dignidade e do seu destino. Cada mulher é chamada a transformar-se como pessoa e como mulher, não de modo a tornar-se uma ‘escrava feliz’ vendo uma bem-aventurança na subserviência exigida pela sociedade, mas como pessoa dotada de dignidade humana e esplendor salvífico, não menos que os seus homólogos masculinos.”
Aruna Gnanadason, Women’s Oppression: A Sinful Situation.
“Em vez de construir a paz atacando injustiças como a fome, as doenças, o analfabetismo, a servidão política e económica, gastamos um trilhão de dólares em guerra desde 1946, até que o ódio e o conflito se tornaram a preocupação internacional.”
Daniel Berrigan, SJ, America Is Hard to Find: Notes from the Underground and Letters from Danbury Prison.
Foto: Chris Felver/Getty Images.
“Primeiro perdemos a lembrança de termos sido do rio. A seguir esquecemos a terra que nos pertencera. Depois da nossa memória ter perdido a geografia, acabou perdendo a sua própria história. Agora não temos sequer ideia de termos perdido alguma coisa.”
Mia Couto, O Outro Pé da Sereia.
Foto: Jorge Amaral/Global Imagens.
“Sabemos também que a religião, como sempre insistiram os marxistas, tem, com demasiada frequência, como um opiáceo, tendido a adormecer as pessoas à realidade e à necessidade da presente luta pela paz e pela justiça.
[...] Devemos lutar como loucos contra a vontade perversa dos homens, e esta luta é por amor a Deus e por amor aos homens [...].”
Dorothy Day, “Month of the Dead”, The Catholic Worker, Novembro de 1959.
Foto: Vivian Cherry.
“‘Abrir-se ao mundo’ é uma expressão de que, hoje, se apropriaram a economia e as finanças. Refere-se exclusivamente à abertura aos interesses estrangeiros ou à liberdade dos poderes económicos para investir sem entraves nem complicações em todos os países. Os conflitos locais e o desinteresse pelo bem comum são instrumentalizados pela economia global para impor um modelo cultural único. Esta cultura unifica o mundo, mas divide as pessoas e as nações, porque ‘a sociedade cada vez mais globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos’. Encontramo-nos mais sozinhos do que nunca neste mundo massificado, que privilegia os interesses individuais e debilita a dimensão comunitária da existência. Em contrapartida, aumentam os mercados, onde as pessoas desempenham funções de consumidores ou de espectadores. O avanço deste globalismo favorece normalmente a identidade dos mais fortes que se protegem a si mesmos, mas procura dissolver as identidades das regiões mais frágeis e pobres, tornando-as mais vulneráveis e dependentes. Desta forma, a política torna-se cada vez mais frágil perante os poderes económicos transnacionais que aplicam o lema ‘divide e reinarás’.”
Papa Francisco, carta encíclica “Fratelli Tutti”, 12.
Foto: PIME Asian News.
“O capitalismo não permite um fluxo uniforme de recursos económicos. Com este sistema, alguns poucos privilegiados são ricos além da consciência, e quase todos os outros estão condenados a ser pobres num determinado nível. É assim que o sistema funciona. E como sabemos que o sistema não vai mudar as regras, vamos ter de mudar o sistema.”
Rev. Martin Luther King Jr., em Newark, NJ, Março de 1968