Presidente da CEP recebeu PCP:
Convergência no reconhecimento das injustiças sociais e da urgência da paz

No final da reunião, Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP, referiu à comunicação social que “o encontro foi o primeiro nesta qualidade com o Presidente da CEP, recentemente reeleito”, teve lugar “no quadro das relações institucionais entre o PCP e a Igreja Católica” e “permitiu aprofundar o diálogo e a reflexão sobre os problemas que preocupam os trabalhadores e as populações e reflectir em torno de contributos e propostas para as necessárias e urgentes respostas no sentido da justiça e progresso social, de desenvolvimento e de paz para o presente e o futuro do país e da humanidade”.

É público e notório que os comunistas têm valorizado a relação com a Igreja Católica e os católicos. O PCP conta com muitos católicos nas suas fileiras e intervém em convergência com cristãos e outros crentes na vida política e social, assumidamente desde a década de 1940, quando formulou na clandestinidade as suas posições nesta matéria, na base dos “interesses de classe” dos trabalhadores, na luta contra a ditadura fascista e a guerra colonial, pela liberdade, pela democracia e pela paz. Assim continuou após o 25 de Abril de 1974.

Paulo Raimundo considerou à saída do encontro que “a troca de opiniões registada, muito mais que as naturais diferenças de abordagem, revelou proximidade de opiniões relativamente a problemas da maior relevância e actualidade na situação nacional”.

A Igreja e o PCP aproximam-se, ou até convergem, desde logo na resposta socialmente justa à inflacção e à perda de poder de compra dos trabalhadores, cujos direitos e interesses se impõe valorizar, existindo movimentos da Igreja como a Liga Operária Católica - Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) e a Juventude Operária Católica (JOC) dedicados a essa missão. Mas também na defesa dos sectores sociais mais fragilizados, no combate à especulação e ao crescimento descomunal dos lucros dos bancos e das grandes empresas, no apoio à produção nacional, na valorização e melhoria das políticas de habitação, do Serviço Nacional de Saúde, da Escola Pública, e dos serviços públicos em geral.

Importa também relevar a preocupação comum da Igreja e do PCP com a guerra e a sua intensificação, situação preocupante que coloca a urgência de tudo fazer para abrir caminhos para a concretização da paz.